Doping tecnológico

Mecanismo eletrônico que esta preocupando muitos organizadores e atletas
Video mostra o funcionamento do mecanismo


Hoje já existem casos de doping eletrônico escondido na roda da bicicleta

Em sua edição desta segunda-feira (01/02) o jornal italiano Gazzetta dello Sport publica uma matéria revelando algo que vai além e que é muito mais sofisticado e custoso que o motorzinho escondido no quadro. A fraude agora é na roda traseira com o doping eletromagnético e que pode ser acionado à distância


A UCI bem que andou tentando controlar a situação usou scanners, desmontou bicicletas e as revirou com microcâmeras.  Porém há ainda quem tenha questionado a constante troca de rodas de alguns ciclistas durante competições – sob os olhos de muitos estava Alberto Contador.


A descoberta do motorzinho na bicicleta de  Femke Van Den Dische no Mundial de ciclocross em Zolder , foi  considerado pelo jornal esportivo francês L’Equipe como a queda de Willy Voet que levou à descoberta do Caso Festina no Tour 1998. Não dá para chegar a tanto, mesmo porque, segundo aponta a Gazzetta dello Sport esse doping é coisa velha, está superado. Esconder um motor no tubo do selim com engrenagens plásticas ligadas ao movimento central é, segundo o jornal, “coisa de pobre”. O doping agora é eletromagnético   está escondido na roda traseira e é para poucos, uma elite patrocinada que pode gastar 10 vezes mais que comprando uma bicicleta “envenenada”; o custo de apenas uma roda pode ser de até 200 mil euros – a batagela de aproximadamente 880 mil reais.



Uma engenhoca eletromagnética  escondida entre as paredes do aro de perfil alto da roda traseira que se baseia à grosso modo no conceito das e-bikes (pedelec’s ou bicicletas a pedalada assistida), neste caso uma roda a tração assistida aonde quando o ciclista decide aumentar a sua potência basta acionar o dispositivo e ganhar alguns watts de potência na pedalada, provocando muitas vezes arrancadas fora do comum ou uma força extra para se manter ativo nos momentos decisivos.

Segundo o Mister X – assim denominada pelo jornal italiano, a pessoa tida como guru do setor do doping eletromecânico e eletromagnético, ambos os sistemas tem algo em comum: “Com a eletricidade é possível fazer mais milagres que com a química, além disso faz menos mal à saúde”.

o novo e custoso sistema 
No outro gráfico de a Gazzetta dello Sport o novo e custoso sistema sem engrenagens mecânicas. Motores eletromagnéticos, fios e tudo escondido dentro de uma roda de perfil alto em carbono. O preço 880 mil reais 
Ambos sistemas tem público certo,  os profissionais e os ciclo-amadores que disputam a fama nas granfondos, sendo que cada um tem exigências diferentes. “Para o primeiro é desnecessária muita potência e torque, 50 ou 60 watts são muito mais do que suficientes. Em contrapartida para o outro são  necessários muito torque e potência. O rendimento desses motores melhora muito quando se mantém uma cadência elevada”revela o Mister X

Ainda segundo a fonte na Itália podem tem sido comercializados uns 1200 motores similares ao que foi detectado na bicicleta da ciclista belga. “Quando leio as classificações das granfondos tenho vontade de rir. Poderiam ser reescritas quase todas” comenta a fonte do jornal italiano.

Trata-se de um mercado de componentes que joga no submundo. Quase nunca o ciclista que utilizará um mecanismo desses faz a compra direta, sempre há um enviado, alguém que faz o trâmite entre fornecedor e ciclista. “Como me arrisco a dizer isso? Simples, ao meu negócio vem pessoas baixas que compram bicicletas para gente alta,ou um alto que compra uma bicicleta pequena. É claro que essa bicicleta não é do comprador, eles fazem a intermediação, o trâmite de compra”. E na negociação é sempre a compra do pacote completo quadro+motor+componentes.

Quando se trata da rodas, a preferência recai sobe modelos de perfil alto em carbono, estas são abertas e no seu interior inseridos os mecanismos e depois são fechadas, coladas  e tratadas. A potência disponível para o ciclista é muito menor que no motor instalado no tubo, o equipamento entrega entre 20 e 60 watts, mas são números capazes de transformar um ciclista médio em um fenômeno, por isso é preciso entender a potência de cada ciclista, quando um profissional trabalham em seu limiar, um grande campeão, em seu melhor momento da condição física deve girar entre 410 a 420 watts de potencia. O sistema pode ser acessado via telecomando ou via frequencímetro (monitor cardíaco). “É um sistema tão perfeito que estou certo de que alguns ciclistas não tenham consciência de que estão usando o equipamento, e muitas vezes acham que tiveram um grande dia”.

Apesar das suspeitas de que estas rodas foram utilizadas no pelotão, nunca foram descobertas ou se comprovou o uso.  E o tal de Mister X ainda mostra o seu outro lado, trabalhando como fornecedor de informações para a UCI: ” Algum tempo atrás, eu também fui falar  em Aigle (ndr.: sede da UCI, na suíça), e expliquei as coisas. Acredito que bastaria estudar as façanhas de alguns ciclistas para ver quem está motorizado. É por isso que eu sugeri que fosse introduzido no passaporte biológico os valores de potência.  Uma subida a 470 watts não pode ser feita por ninguém”.

Em sua matéria o jornalista Claudio Ghisalberti vai ainda mais longe e garante que um dos grandes campeões do ciclismo usa uma bicicleta “envenenada” em seus passeios recreativos, e que um importante piloto da Fórmula 1 em um teste no kartódromo de Lonato terminou no chão com a bicicleta completamente destruída.

Fonte: Mundo Bici


  

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